Para quem não sabe está perante uma herdeira... não ao trono nem algo parecido (se bem que mantenho a minha ideia de me auto-proclamar rainha de Portugal), mas herdeira de uma mata perdida na serra, onde só montada num burro se consegue alcançar ;)
E como dita detentora desse espaço resolvi ir conhecê-lo, pensei em vender os pinheiros, plantar castanheiros e viver da castanha (algo que tem saída nesta zona, ao menos isso...) e já pensando como empresária sigo o meu tio e avô que com muita pena me mostravam o espaço intrinsecamente pensando que não valia nada. Bem mas assim dando só um panorama geral, o que para muitos pode ser um desperdício de espaço, com muitas ervas, lixo e pouco valor, a minha visão foi diferente!!
O espaço é verde, fresco, as árvores que desprotegidas pelo vento foram encaracolando e apodrecendo dão uma sensação de retorno a épocas passadas, senti-me uma exploradora na pré-história, existem muros de pedra que pelo passar do tempo ganharam musgo e formas torneadas, como que esculpidas. Toquei nelas e quis regressar ao tempo em que alguém as ali colocou, pensar em que pensavam e em como acreditavam que ali alguém seria feliz, assim como os sacrifícios e esforços que terão feito para adquirir aquele espaço e denominá-lo seu...
Imaginei as fotografias possíveis, os cenários fantasmagóricos e românticos que se poderiam ali viver e até pensei que com toda a certeza devem existir ossadas de dinossauro, ou até uns desenhos rupestres. É a minha mata, é o meu tesouro e não aceito que digam mal dela.
Um dia hei-de conseguir mostrar-vos toda a beleza que vi...
... isto se encontrar o caminho ;)
Obrigada pela Visita
Relatos de uma mudança de contexto... onde a vida nos leva! Fiquem para acompanhar, tudo se baseia em factos verídicos, são mesmo verdadeiros estes momentos!
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
O dilema da avó...
Hoje é mais uma história sobre a minha avó.
Regresso do trabalho e chegando a casa e ela diz-me:
Regresso do trabalho e chegando a casa e ela diz-me:
-Filha tens que ver aqui este produto que o teu avô comprou, lavei o cabelo de manhã e parece que ficou uma pasta na cabeça.
-Traga Cá então (disse-lhe eu) Deve ser uma condicionador para o cabelo, ou um creme amaciador.
-Ele cheira bem e tem lá desenhado uma mulher deve ser para o banho, sabes que a avó não sabe ler e "quem não vê é como quem não sabe".
-Mas passou-o bem por água? (perguntei-lhe eu)
-Sim mas parece que fica o cabelo duro e pesado, não lava nada bem... faz muita espuma... olha vê
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Metac In Viso
Este fim de semana fui a um Festival em Foz Côa chamado METAC IN VISO, tinha visto o anúncio no Jornal "Terras da Beira" e decidi ir conhecer, nada tinha a perder e pelo que dizia parecia ser interessante.
Tentei cativar as colegas de trabalho, os amigos, os primos ... mas nada, apenas o meu namorado decidiu vir depois de muito lhe ter pedido. Ninguém conhecia, ninguém tinha ouvido falar e pelos vistos também ninguém tinha lido o jornal. Mas contra a maré de más expectativas e fracas motivações decidimos ir apesar de uma perda de comboio e umas horas infernais num regional...
Seguimos na busca do festival, não levo mapa, não levo o endereço, nem fui confirmar o sítio no google maps, certos de que ao chegarmos perto toda a gente deveria saber onde era e deviamos começar a ver jovens a deslocarem-se para lá....
Mas tal não aconteceu, não havia placas de anúncio, não havia cartazes na rua e não se via ninguém (pois já começara a escurecer quando chegámos) fomos perguntando a alguns jovens e ninguém conhecia... até que num café já em Foz Côa encontramos um cartaz e aí nos souberam informar. Pelos vistos não era ali assim tão perto, fica no cimo de um monte, bem lá no alto, onde existe uma capela (Nossa Sra do Viso) e nada mais.
Bem e lá seguimos pela montanha acima, sempre a subir com curvas e contra curvas e estraditas minusculas... ao chegarmos deparamo-nos com uma tenda de casamentos (daquelas brancas de plástico) e para aí 7 carros estacionados, com cerca de 15 pessoas, vamos perguntar pelo parque de campismo e dizem-nos que é ali no mato.
- até tirámos as ervas e limpámos o mato, tem lá um holofote podem acampar onde quiserem (respondem eles)
Estão apenas 2 tendas ali ...mas resolvemos esperar, pensámos vamos primeiro ver o ambiente e ver se aparece mais gente, depois mais tarde, como tem o holofote montamos a tenda.
Bem e este foi o inicio meio conturbado e aparentemente desanimador do que viria a ser o MELHOR FESTIVAL DE TODOS OS TEMPOS!!!!
O pessoal era pouco (mesmo no dia seguinte estariam 50 pessoas se tanto), no campismo ficaram poucos, as condições eram as mínimas, o local era afastado e longínquo (daí também ser tão pouco procurado)... mas o pessoal era 5 estrelas, toda a gente convivia e era simpática, distribuiram cerveja por toda a gente, ofereciam-te mesmo sem te conhecerem, tiveram o cuidado de limpar a mata para o campismo e de arranjarem um chuveiro ligado a uma cisterna, fantástico... e aquela vista!!! Nem imaginam a sensação maravilhosa de acordar de manhã e ter uma vista de tirar o fôlego pela imensidão que os teus olhos alcançam... as vinhas tipícas da região do Douro, o Rio ao fundo, as montanhas riscadas pelas cores da terra, pelas formas das vinhas, as estradas que o homem contruiu... que maravilha! E o melhor tudo gratuito!!!
Assistes a 3 concertos por noite mais os dj's que actuam madrugada fora, tens dormida com casa de banho e chuveiros, dão-te cerveja pela noite fora, se quiseres almoçar ou jantar tens umas bifanas, cachorros que são um verdadeiro piteú, durante o dia organizam actividades desportivas e animadas para o convívio e se quiseres passear ali perto existem umas praias fluviais magnificas (cujo único inconveniente são alguns mosquitos chatos e verdes).
Voltei de lá muito contente e mesmo tendo ido a outros festivais de Verão, este ficará para sempre na memória e farei todos os possiveis para o ano lá voltar!
Estas são sem dúvida as melhores coisas do interior: o acolhimento, o sentimento de segurança, a paisagem, a comida, os pequenos recantos para explorar, o dar sem exigir nada em troca e principalmente a simplicidade sem paneleirices e a autenticidade... é um "refresh" na nossa vida.
Este festival, pelo que nos foi dito, começou por ser um encontro de amigos, de familiares, de pessoas que todos os anos se juntavam para conviver e se divertirem, depois começaram a convidar bandas para actuar e hoje é um Festival. Foi assim que nos sentimos... recebidos como um desses amigos que veio ouvir música, divertir-se e conviver. Obrigada pela recepção
METAC IN VISO, aconselho vivamente!!!
Tentei cativar as colegas de trabalho, os amigos, os primos ... mas nada, apenas o meu namorado decidiu vir depois de muito lhe ter pedido. Ninguém conhecia, ninguém tinha ouvido falar e pelos vistos também ninguém tinha lido o jornal. Mas contra a maré de más expectativas e fracas motivações decidimos ir apesar de uma perda de comboio e umas horas infernais num regional...
Seguimos na busca do festival, não levo mapa, não levo o endereço, nem fui confirmar o sítio no google maps, certos de que ao chegarmos perto toda a gente deveria saber onde era e deviamos começar a ver jovens a deslocarem-se para lá....
Mas tal não aconteceu, não havia placas de anúncio, não havia cartazes na rua e não se via ninguém (pois já começara a escurecer quando chegámos) fomos perguntando a alguns jovens e ninguém conhecia... até que num café já em Foz Côa encontramos um cartaz e aí nos souberam informar. Pelos vistos não era ali assim tão perto, fica no cimo de um monte, bem lá no alto, onde existe uma capela (Nossa Sra do Viso) e nada mais.
Bem e lá seguimos pela montanha acima, sempre a subir com curvas e contra curvas e estraditas minusculas... ao chegarmos deparamo-nos com uma tenda de casamentos (daquelas brancas de plástico) e para aí 7 carros estacionados, com cerca de 15 pessoas, vamos perguntar pelo parque de campismo e dizem-nos que é ali no mato.
- até tirámos as ervas e limpámos o mato, tem lá um holofote podem acampar onde quiserem (respondem eles)
Estão apenas 2 tendas ali ...mas resolvemos esperar, pensámos vamos primeiro ver o ambiente e ver se aparece mais gente, depois mais tarde, como tem o holofote montamos a tenda.
Bem e este foi o inicio meio conturbado e aparentemente desanimador do que viria a ser o MELHOR FESTIVAL DE TODOS OS TEMPOS!!!!
O pessoal era pouco (mesmo no dia seguinte estariam 50 pessoas se tanto), no campismo ficaram poucos, as condições eram as mínimas, o local era afastado e longínquo (daí também ser tão pouco procurado)... mas o pessoal era 5 estrelas, toda a gente convivia e era simpática, distribuiram cerveja por toda a gente, ofereciam-te mesmo sem te conhecerem, tiveram o cuidado de limpar a mata para o campismo e de arranjarem um chuveiro ligado a uma cisterna, fantástico... e aquela vista!!! Nem imaginam a sensação maravilhosa de acordar de manhã e ter uma vista de tirar o fôlego pela imensidão que os teus olhos alcançam... as vinhas tipícas da região do Douro, o Rio ao fundo, as montanhas riscadas pelas cores da terra, pelas formas das vinhas, as estradas que o homem contruiu... que maravilha! E o melhor tudo gratuito!!!
Assistes a 3 concertos por noite mais os dj's que actuam madrugada fora, tens dormida com casa de banho e chuveiros, dão-te cerveja pela noite fora, se quiseres almoçar ou jantar tens umas bifanas, cachorros que são um verdadeiro piteú, durante o dia organizam actividades desportivas e animadas para o convívio e se quiseres passear ali perto existem umas praias fluviais magnificas (cujo único inconveniente são alguns mosquitos chatos e verdes).
Voltei de lá muito contente e mesmo tendo ido a outros festivais de Verão, este ficará para sempre na memória e farei todos os possiveis para o ano lá voltar!
Estas são sem dúvida as melhores coisas do interior: o acolhimento, o sentimento de segurança, a paisagem, a comida, os pequenos recantos para explorar, o dar sem exigir nada em troca e principalmente a simplicidade sem paneleirices e a autenticidade... é um "refresh" na nossa vida.
Este festival, pelo que nos foi dito, começou por ser um encontro de amigos, de familiares, de pessoas que todos os anos se juntavam para conviver e se divertirem, depois começaram a convidar bandas para actuar e hoje é um Festival. Foi assim que nos sentimos... recebidos como um desses amigos que veio ouvir música, divertir-se e conviver. Obrigada pela recepção
METAC IN VISO, aconselho vivamente!!!
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