Um destes dias estava eu e a minha avó sentadas na cozinha e junto da lareira a conversar... temas banais, do quotidiano pacato da pequena aldeia e eis que ela exclama:
-Oh Filha que pouca sorte!!! Eu sempre soube.
-O quê avó? (pergunto-lhe eu sem perceber a que se referia)
-Não tens sorte nenhuma na vida... nunca vais ser rica filha.
-Então? (pensando cá para mim, "mas a mulher tá doida e já tem premonições... mas que raio!")
-Pois não, tens as orelhas pequeninas e sempre ouvi dizer que quem tem orelhas pequenas, sinal de pouca riqueza...
Bem... antes pobre e com um belo par de orelhas (em tamanho small) do que rica e com uns abanos ;P
As coisas que se aprendem... ou se ouvem!!! Pequenas mas eficazes na sua função eheheh
Depois desta breve mas interessante leitura, abriu-se uma das gavetas mentais da cadeira de teorias da psicologia da faculdade. Recordo vagamente uma das teorias da inteligência, em que se afimava que esta estaria intimamente ligada com o tamanho do crânio do ser humano. Ou seja, quanto maior o crânio, maior ou mais desenvolvida estaria a inteligência. Hoje em dia, sabe-se que não é de facto assim. No entanto, não deixa de ser saboroso poder constatar que algumas teorias que podemos achar mais "arcaicas" ainda se mantêm em alguns reconditos do nosso país. Estou convencida de que são estes contrastes e estas diferenças a que assistimos que nos permitem ser mais humildes e pensar que nem tudo o que sabemos hoje é para toda a vida, nem tudo o que hoje é, deverá manter-se. Sob o pretexto de não evoluirmos, de não procurarmos aprender e reaprender. São estes contrastes maravilhosos que nos fazem perceber que antes era assim, que hoje é assado e que o amanhã ainda não se sabe.
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