Obrigada pela Visita

Relatos de uma mudança de contexto... onde a vida nos leva! Fiquem para acompanhar, tudo se baseia em factos verídicos, são mesmo verdadeiros estes momentos!



terça-feira, 26 de julho de 2011

Obrigada

Hoje sinto que devo agradecer… Sou uma pessoa feliz!!! Não num completo e absoluto sentir, porque acho que somos demasiados exigentes para nos satisfazermos e achamos que ser feliz é sempre algo mais, algo mais pleno e mais significativo… sou feliz nas pequenas coisas.  Sou feliz porque tenho uma família, um lar, saúde, amigos e autonomia. Sou feliz porque sou capaz, felizmente dependo apenas de mim e ainda tenho emprego, hoje sinto que devo alegrar-me e sinto-me contente na pessoa que me tornei. Tenho as minhas falhas, a minha personalidade por vezes complexa, as minhas inconstantes buscas de algo melhor, maior e simplesmente fantástico… mas é isto, é o agora! Neste momento em que escrevo sinto-me feliz! Aprendi a desvalorizar o material, a perder importância a quantidade sobre a qualidade e a exigir menos de mim, não o melhor mas apenas o suficiente! Estou deitada no sofá, na minha varanda, numa noite de verão… lá fora ouvem-se os grilos e as cigarras, poucos são os carros que passam e há o silêncio, algo tão reconfortante e apaziguador… sentia falta dele e de tempo para mim… fui descobrindo o espaço necessário para conviver comigo própria e fui-me revelando, permitindo a mim mesma a possibilidade de me conhecer… não gostei de tudo mas gosto de estar comigo. Analisando as minhas decisões anteriores e os meus medos antigos hoje sinto que estou onde devia estar. Hoje sinto-me de bem com a vida e por isso agradeço. Não me sinto mais deslocada nem uma estrangeira em busca de um lugar seu… não procuro seguir ideais que não sejam os meus… hoje gosto-me de facto!!!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Maldição

Conta a lenda popular que quem mata um gato tem 13 anos de azar... pois bem e assim parece concretizar-se o mito... Desde a fatídica tarde de dia 20 só me acontecem problemas... desde o atropelamento, seguido de um salto inevitavel mas voluntario e desejado do gato (sim porque eles têm vontades e quereres... qual instinto?! Este suicidou-se!!!) a minha vida mudou!!! Vejamos:
- Chego a casa meia atrapalhada e em stress porque tinha acontecido aquilo e no dia seguinte ia ter dois exames na faculdade e ainda me faltava ler imensas coisas... Dois exames juntos no mesmo dia (1ª evidência de azar);
- Depois de ler algumas páginas decido ir deitar-me porque senão não acordaria a horas e levo o dossier para a cama, quando ia a deitar-me não me lembrei do dossier que estava aberto na cama e dou com a cara na parte mais dura... mas que dores horriveis e o lábio começa a inchar!!!
- Pensei logo na minha figurinha na faculdade e fui ao frigorífico procurar gelo... não tinha!!! Apenas carne, ervilhas, e delícias do mar congeladas...
- Resolvi colocar o pacote de delícias do mar no lábio para aliviar o inchaço e evitar que ficasse pior... Pensei cá para mim, mas depois começam a derreter e ficam estragados, vou tirar um palito de delicias do mar e é suficiente... à medida que o tinha ele começa a derreter e veio-me ao nariz um cheirinho tão bom do peixinho e comecei a ganhar fome... Estive bastante tempo com ele e o lábio melhorou (menos mal)... decidi comer o palito de delícias do mar.
- Deitei-me e de repente começam a dar-me umas cólicas, umas dores de barriga... repentinas e como se imagina passei a noite na casa de banho... a maldita delícia não me caiu bem...
- Passando à frente esta parte que não interessa muito ... de manhã, quase sem dormir siga viagem para a faculdade... o carro começa a fazer uns barulhos ao virar!!! Pensei deve ser do pneu, siga e faz de conta que nem ouves... música alta e siga viagem que se faz tarde.
- Fiz os exames, tive aprovação e sai de lá feliz da vida!!! Boa finalmente acabou a maldição do gato e estou livre... afinal até deu sorte, como algumas pessoas me disseram, cantarolava na minha mente em monólogos continúos.
Mas o gato vingou-se mais um pouco... o meu carro perdeu o óleo e foi preciso mudar a caixa de direcção, pior que isso o namorado emprestou-me o carro dele e dei-lhe cabo da embraiagem... parece que a maldição se mantem... pelo sim pelo não vou afastar-me de carros alugados, trovoadas, prédios, pombos e pianos! Sim, porque com a sorte que estou de certeza que me cai algo em cima...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

13 Anos de Azar!!!

Mais uma aventura... ia eu pela estrada nacional, devagar numa calma que me é característica... leve levemente como quem chama por mim... escutando a minha rádio local (Bandarra, pois claro) e eis quando, de sem aviso, um gato se atravessa à minha frente... ia decidido a matar-se por certo!!! Não tive tempo de reagir, nem travei nem acelerei... acho que a reacção foi fechar os olhos simplesmente e esquecer... mas tal não foi possivel! Toda a tremer paro o carro um pouco à frente, ligo ao namorado (como se ele fosse resolver alguma coisa)... inconscientemente terei pensado que viria em socorro do gato ou me diria como proceder ao seu salvamento, ou e talvez fosse o mais certo precisava de alguém com quem compartilhar a culpa e se me dissesse segue, deixa-o e assim a culpa não teria sido apenas minha... e como bom namorado que é, foi o que ele fez! Disse-me:"-Já viste se o carro está bem? Como estas tu?... Deixa lá foi só um gato, se calhar nem lhe acertaste e ele salvou-se"
Fiquei a pensar nisto e como curiosa que sou voltei para trás, mas não se tinha salvado... jazia morto de olhos abertos no meio da estrada, não tinha sangue à vista e abrandei... olhei-os nos olhos e senti-me culpada, pensei nos filhos ou netos que deixara.. ou nos que eu o impedi de fazer... pensei nas crianças que fossem seus donos, nas alegrias e bons momentos que lhes proporcionara e claro na tristeza que eles teriam ao ver o seu tareco, mimi ou pantufa rijo e seco, abandonado no meio da estrada... então encostei o carro, peguei num pau e afastei-o da estrada, na minha mente ainda havia a réstia de uma esperança de que ele miasse ou desse sinais de vida mas nada... sei que não lhe fiz o funeral desejado mas senti-me menos culpada pois o seu corpo permanecia limpo e não seria mais esmagado por outros carros que viessem... No dia seguinte passei lá de manhã bem cedo mas ele já tinha desaparecido, já não havia marcas deste acontecimento e dei por mim a concluir... afinal o gajo ainda tinha mais vidas!!! Dizem que têm sete ... ele que não se volte a atravessar à frente do meu carro :P

terça-feira, 17 de maio de 2011

Era uma vez na Praia!!!

Fui à praia com os meus avós, precisei de ir lá perto e achei que era uma boa oportunidade de me acompanharem, poderiam conhecer a casa e dar um passeio. Claro que aceitaram na certeza e convição de que me iam fazer um favor... por mais que o tempo passe continuam a ver-me como uma criança que está a necessitar de companhia e de vigia, porque é demasiado pequena para ir sozinha... a verdade é que foram e fiquei feliz por lhes proporcionar uma saída e uma nova descoberta.
A viagem correu bem e lá fomos, tinha-os avisado para levarem fato de banho e a minha avó escandalizada respondeu:
"Deus me livre de meter uma coisa dessas! Era o mesmo que ir nua! Credo... levo uns calçoes pelo joelho e está mais que bem e o teu avô também leva uns calções."
Chegamos a praia e como era fim de semana estava cheia, a minha avó de sapato fino de Domingo e o meu avô também e com camisa branca e o chapéu típico que ele nunca tira e usa nos momentos importantes. Com alguma dificuldade lá nos sentamos à beira mar e tinha reparado que a minha avó levava um saco grande, daqueles azúis do IKEA que a minha mãe lhe tinha trazido... pensei que fossem as toalhas mas também achei que era grande demais mas sinceramente nem perdi muito tempo a pensar nisso... quiseram ir molhar os pés, de mãos dadas com cuidado lá vão eles. Acompanho-os e vou tirar as calças para não as molhar, pois tinha o biquini por baixo da roupa. A minha avó olha-me com cara de reprovação e moralismo...
"- ai andas aqui de cuecas", diz-me ela e nem se atreve a olhar-me mais. O meu avô diz que se sente melhor das pernas, que a àgua do mar lhe faz bem! E está descontraído, até me diz:
"- Lá no Brasil andavam com menos roupa, a tua avó não sabe nada!"
Estava um daqueles dias de ondas fortes, com bandeira amarela e havia bastante corrente, o mar puxava com força e eles tinham dificuldade em se equilibrar. O meu avô já estava a molhar a camisa e pediu-me que a levasse para a toalha. Então diz-me a minha avó:
"- Oh Patrícia já que lá vais traz os garrafões para enchermos de àgua do mar!" (afinal era isso que vinha dentro do saco, 2 garrafões de 5 litros e 3 garrafas de litro e meio). Lá os levo e pensei "mas que vergonha o que irão pensar estas pessoas que estão na praia"... E lá os fui encher... um por um!!!
O certo é que me convenci que era para a saúde dos meus avós (ao menos a nível psicológico funciona) e que não conhecia ninguém portanto pouco me importaria o que pensassem...
Infelizmente consegui ouvir alguns dos pensamentos... um grupo de rapazes jovens dizia:
"- olha aquela agora chega a casa enche a banheira e acha que está na praia"
um casal dzia entre si:
"- olha estes vieram roubar àgua ao mar... não devem ter em casa"
O pai dizia para os filhos:
"- olha só para aquilo e risos!"
mas a melhor que ouvi foi:
"- Mas será que ninguém a avisa que esta água não serve para beber?!"

E pronto carregada de 14 litros e meio de àgua, sal, areia e muita mas muita vergonha regresso a casa sã e salva... ou melhor dizendo salgada :)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sometimes it feels like home...

Passamos o tempo a procurar um lugar que possamos chamar de nosso Lar... aquele refúgio, aquele nosso cantinho e hoje dei por mim a pensar que esse local é feito pelas pessoas que o habitam, pelas expectativas que temos e pelo quotidiano onde profissionalmente nos realizamos. 
Às vezes sinto-me em casa aqui, dentro destas paredes acolhedoras, quando quentinha à lareira leio um livro ou escrevo no portátil, com a televisão ligada, sem lhe dar importância nenhuma, mas que me vai fazendo alguma companhia... ou quando ouço música que me alegra e bebo um chá que comprei ao meu gosto... Aprecio estes momentos, embora solitários dão-me a liberdade de ser eu, sem a preocupação de agradar a mais ninguém que não a mim própria, aquele egoísmo tão necessário e aquele silêncio que me apazigua depois de um dia rodeada de pessoas e conversas aborrecidas ou problemáticas. 
Hoje também dei por mim a pensar que um dia quero encontrar este sentimento de lar nos teus braços, no teu peito e sentir que a tua respiração me dá o prazer da música, os teus braços são as paredes, a tua conversa é a leitura que me agrada e o teu calor é a lareira... e nesse momento perceber que estando contigo não me importa onde vivamos, nem as condições que tenhamos desde que tenhas sempre disponível para mim esse bocadinho de "Lar" que procuro... Anda, deixa-me entrar e dá-me abrigo aí dentro! :)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não desistas de ti própria...

Esta semana voltei a fazer as coisas que gosto... sem perceber bem o porquê fui-me afastando das "minhas" coisas, fui dando espaço às coisas dos outros, às vidas e problemas dos outros à integração e tentativa de agradar os outros e acabei afastada de mim... 
Assim voltei a tirar fotografias, a escrever no blog, estudar, entrar em contacto com amigos que sinto a falta, fazer a árvore da Natal e com ela regressar um pouco às fantasias da Infância e desta época tão bonita, tratar de mim e fazer compras... coisas fúteis e banais para quem olha mas pequenos nadas dos quais sentia saudades.
Percebi que não adianta correr atrás das coisas do presente, querer agradar e estar sempre no momento certo e quando precisam... se isso implicar abandonar o passado e esquecer quem fomos, o que somos e quem nos queremos tornar. Neste caminho fui perdendo o meu norte, o meu rumo, aquele que tenho traçado para mim e que deu tanto trabalho a construir... vou-me deixando levar na corrente dos outros novamente e me adaptando... mas estou farta de me limar e adaptar aos outros... quem me quiser agora tem que me aceitar e se adaptar a mim, gosto das minhas arestas e dos meus defeitos não acho que tenha que me limar e muito menos deixar de ser quem sou e como sou.
As pessoas que são hoje o nosso presente, amanhã serão o nosso passado e tenho percebido que poucas são as que chegam a ter alguma importância no nosso futuro, portanto quem quiser ser importante também terá que fazer por isso. 
Hoje queria partilhar que é importante que os meus verdadeiros amigos saibam que me importam e que os quero e gosto deles. Mesmo aqueles que me retiraram das suas vidas, perderam a minha presença e fiquei magoada com eles, mas não perderam o meu sentimento por eles, pois foram e são importantes para mim, fazem parte do passado que me levou a ser quem sou e por isso são parte de mim.
Tenho que me ir lembrando, de vez em quando, de ser quem sou e não desistir de mim... Pois eu também me importo comigo ;)