Obrigada pela Visita

Relatos de uma mudança de contexto... onde a vida nos leva! Fiquem para acompanhar, tudo se baseia em factos verídicos, são mesmo verdadeiros estes momentos!



terça-feira, 17 de maio de 2011

Era uma vez na Praia!!!

Fui à praia com os meus avós, precisei de ir lá perto e achei que era uma boa oportunidade de me acompanharem, poderiam conhecer a casa e dar um passeio. Claro que aceitaram na certeza e convição de que me iam fazer um favor... por mais que o tempo passe continuam a ver-me como uma criança que está a necessitar de companhia e de vigia, porque é demasiado pequena para ir sozinha... a verdade é que foram e fiquei feliz por lhes proporcionar uma saída e uma nova descoberta.
A viagem correu bem e lá fomos, tinha-os avisado para levarem fato de banho e a minha avó escandalizada respondeu:
"Deus me livre de meter uma coisa dessas! Era o mesmo que ir nua! Credo... levo uns calçoes pelo joelho e está mais que bem e o teu avô também leva uns calções."
Chegamos a praia e como era fim de semana estava cheia, a minha avó de sapato fino de Domingo e o meu avô também e com camisa branca e o chapéu típico que ele nunca tira e usa nos momentos importantes. Com alguma dificuldade lá nos sentamos à beira mar e tinha reparado que a minha avó levava um saco grande, daqueles azúis do IKEA que a minha mãe lhe tinha trazido... pensei que fossem as toalhas mas também achei que era grande demais mas sinceramente nem perdi muito tempo a pensar nisso... quiseram ir molhar os pés, de mãos dadas com cuidado lá vão eles. Acompanho-os e vou tirar as calças para não as molhar, pois tinha o biquini por baixo da roupa. A minha avó olha-me com cara de reprovação e moralismo...
"- ai andas aqui de cuecas", diz-me ela e nem se atreve a olhar-me mais. O meu avô diz que se sente melhor das pernas, que a àgua do mar lhe faz bem! E está descontraído, até me diz:
"- Lá no Brasil andavam com menos roupa, a tua avó não sabe nada!"
Estava um daqueles dias de ondas fortes, com bandeira amarela e havia bastante corrente, o mar puxava com força e eles tinham dificuldade em se equilibrar. O meu avô já estava a molhar a camisa e pediu-me que a levasse para a toalha. Então diz-me a minha avó:
"- Oh Patrícia já que lá vais traz os garrafões para enchermos de àgua do mar!" (afinal era isso que vinha dentro do saco, 2 garrafões de 5 litros e 3 garrafas de litro e meio). Lá os levo e pensei "mas que vergonha o que irão pensar estas pessoas que estão na praia"... E lá os fui encher... um por um!!!
O certo é que me convenci que era para a saúde dos meus avós (ao menos a nível psicológico funciona) e que não conhecia ninguém portanto pouco me importaria o que pensassem...
Infelizmente consegui ouvir alguns dos pensamentos... um grupo de rapazes jovens dizia:
"- olha aquela agora chega a casa enche a banheira e acha que está na praia"
um casal dzia entre si:
"- olha estes vieram roubar àgua ao mar... não devem ter em casa"
O pai dizia para os filhos:
"- olha só para aquilo e risos!"
mas a melhor que ouvi foi:
"- Mas será que ninguém a avisa que esta água não serve para beber?!"

E pronto carregada de 14 litros e meio de àgua, sal, areia e muita mas muita vergonha regresso a casa sã e salva... ou melhor dizendo salgada :)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sometimes it feels like home...

Passamos o tempo a procurar um lugar que possamos chamar de nosso Lar... aquele refúgio, aquele nosso cantinho e hoje dei por mim a pensar que esse local é feito pelas pessoas que o habitam, pelas expectativas que temos e pelo quotidiano onde profissionalmente nos realizamos. 
Às vezes sinto-me em casa aqui, dentro destas paredes acolhedoras, quando quentinha à lareira leio um livro ou escrevo no portátil, com a televisão ligada, sem lhe dar importância nenhuma, mas que me vai fazendo alguma companhia... ou quando ouço música que me alegra e bebo um chá que comprei ao meu gosto... Aprecio estes momentos, embora solitários dão-me a liberdade de ser eu, sem a preocupação de agradar a mais ninguém que não a mim própria, aquele egoísmo tão necessário e aquele silêncio que me apazigua depois de um dia rodeada de pessoas e conversas aborrecidas ou problemáticas. 
Hoje também dei por mim a pensar que um dia quero encontrar este sentimento de lar nos teus braços, no teu peito e sentir que a tua respiração me dá o prazer da música, os teus braços são as paredes, a tua conversa é a leitura que me agrada e o teu calor é a lareira... e nesse momento perceber que estando contigo não me importa onde vivamos, nem as condições que tenhamos desde que tenhas sempre disponível para mim esse bocadinho de "Lar" que procuro... Anda, deixa-me entrar e dá-me abrigo aí dentro! :)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não desistas de ti própria...

Esta semana voltei a fazer as coisas que gosto... sem perceber bem o porquê fui-me afastando das "minhas" coisas, fui dando espaço às coisas dos outros, às vidas e problemas dos outros à integração e tentativa de agradar os outros e acabei afastada de mim... 
Assim voltei a tirar fotografias, a escrever no blog, estudar, entrar em contacto com amigos que sinto a falta, fazer a árvore da Natal e com ela regressar um pouco às fantasias da Infância e desta época tão bonita, tratar de mim e fazer compras... coisas fúteis e banais para quem olha mas pequenos nadas dos quais sentia saudades.
Percebi que não adianta correr atrás das coisas do presente, querer agradar e estar sempre no momento certo e quando precisam... se isso implicar abandonar o passado e esquecer quem fomos, o que somos e quem nos queremos tornar. Neste caminho fui perdendo o meu norte, o meu rumo, aquele que tenho traçado para mim e que deu tanto trabalho a construir... vou-me deixando levar na corrente dos outros novamente e me adaptando... mas estou farta de me limar e adaptar aos outros... quem me quiser agora tem que me aceitar e se adaptar a mim, gosto das minhas arestas e dos meus defeitos não acho que tenha que me limar e muito menos deixar de ser quem sou e como sou.
As pessoas que são hoje o nosso presente, amanhã serão o nosso passado e tenho percebido que poucas são as que chegam a ter alguma importância no nosso futuro, portanto quem quiser ser importante também terá que fazer por isso. 
Hoje queria partilhar que é importante que os meus verdadeiros amigos saibam que me importam e que os quero e gosto deles. Mesmo aqueles que me retiraram das suas vidas, perderam a minha presença e fiquei magoada com eles, mas não perderam o meu sentimento por eles, pois foram e são importantes para mim, fazem parte do passado que me levou a ser quem sou e por isso são parte de mim.
Tenho que me ir lembrando, de vez em quando, de ser quem sou e não desistir de mim... Pois eu também me importo comigo ;)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Tamanho importa

Um destes dias estava eu e a minha avó sentadas na cozinha e junto da lareira a conversar... temas banais, do quotidiano pacato da pequena aldeia e eis que ela exclama:


-Oh Filha que pouca sorte!!! Eu sempre soube.
-O quê avó? (pergunto-lhe eu sem perceber a que se referia)
-Não tens sorte nenhuma na vida... nunca vais ser rica filha.
-Então? (pensando cá para mim, "mas a mulher tá doida e já tem premonições... mas que raio!")
-Pois não, tens as orelhas pequeninas e sempre ouvi dizer que quem tem orelhas pequenas, sinal de pouca riqueza...


Bem... antes pobre e com um belo par de orelhas (em tamanho small) do que rica e com uns abanos ;P


As coisas que se aprendem... ou se ouvem!!! Pequenas mas eficazes na sua função eheheh

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amor...

Ontem vi um filme em que a dada altura um mestre de budismo diz à sua aprendiz: "tens que sorrir enquanto meditas, mas é um sorrir com os lábios, o coração e o fígado".


Acredito cada vez mais que os verdadeiros sentimentos sentem-se com as vísceras e não com o cérebro... e muito menos com o coração. Quero um amor assim, que me faça sentir um aperto na barriga, um desconforto e ansiedade por cada mensagem sem resposta e me leve da tristeza à felicidade com um simples sorriso ou olhar... quero um amor que me faça tremer por dentro e no sítio certo quando chegar o momento... um amor carnal, visceral e ao mesmo tempo meigo, carinhoso e que no fundo me faça sorrir... com os lábios, o coração e o fígado!

domingo, 26 de setembro de 2010

Só...



Tu que gastas as horas ansiando por ver quem caminha, quem conversa quem movimenta os teus silêncios… conta-me com que olhos me vês, que simbolismo me atribuis e que historia me crias… tu a quem não é preciso perguntar nada, porque os ruídos, os sons e as conversas tudo te dizem e aumentam… diz-me qual é a tua explicação, se chego tarde ou cedo, se alguém me espera ou vou só… conta-me quem passou por aqui hoje, quem te cumprimentou, quem te sorriu… e nunca saberás quantos em ti pensaram, e quantos lamentaram que te sentisses só, tão só que nem contigo consegues estar, uma solidão tão grande e tão amarga que ficas à espera, nesse teu miradouro à espera… de um sorriso, de uma conversa, de uma visita… mas elas tardam pois as pessoas partem e cada vez fica mais pobre, mais silenciosa, mais sossegada aquela velha aldeia e ficas assim… apenas e só… uma parte da natureza…