Este fim de semana estive no Porto e apanhei o "anda aqui à minha beira" ou "senta-te à minha beira" assim como o prolongamento na pronúncia das palavras e claro as asneiras terminadas em alho e por aí fora. Delicio-me a ouvir as pessoas falar com sotaque, acho mesmo natural e genuíno.
Nos primeiros tempos que vim para aqui admirava-me cada vez que ouvia alguém falar e pensava: "olha aquela é do interior" depois caía em mim e percebia que eu é que estava no interior e a estrangeira devia ser eu. Uma das vezes foi na Mc'Donalds da cidade mais perto e por ser um restaurante com um ambiente tão familiar e padronizado até me esqueci de onde estava, até que a sra. me diz:
-Dexculpe o que bai dexechar a meunina?
(Parece que arrastam os ssss)
Fiz o pedido e no fim ela respondeu:
-Bolte sssempre e Orólhe a conta na se esquecha
A amabilidade é também ela outra, verdade seja dita.
Outra coisa estranha que me acontecia era também em restaurantes e eventos sociais em que estamos distraídos numa actividade outrora habitual na capital e olhamos para as janelas e de repente observamos: montanhas, pinheiros, vacas, ovelhas e tudo verde com as pedras ao fundo... Nos primeiros impactos pensa-se "olha que giro, até parece o campo" depois lembramo-nos que o é de facto.
Agora, passado quase 7 meses, aqui vos deixo um mini dicionário da lingua interioresa:
No Interior diz-se: Tradução
- Nagalho -Atacador
- Gadanha -Concha de sopa
-Dincouro -Despido
-Sertã -Frigideira-Dincouro -Despido
-Vasal -Armário
- Fonte -Travessa
-Apeguilho -Acompanhamento do pão (exºqueijo)
E terminando com uma frase muito característica e comum neste meio "bem tenho q'ir adiante." (Significa ir embora, antes ficava à espera que me indicassem onde iam, tipo que fosse ali perto e pensava ser um convite para os acompanhar... depois percebi que era uma forma de me despachar).
habo habo habo
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