Hoje dei por mim a pensar que deveria abrir um canil, ou comprar um carro antigo para restaurar, ou uma casa de pedra... enfim preciso de iniciar um projecto, de criar compromisso e obrigações... a situação de te sentires dona do teu tempo e das tuas decisões também te exigem responsabilidades e consequências.
Estava habituada a ter o meu tempo 270% ocupado, sem tempo para tomar refeições completas, sempre em correria constante de um lado para o outro envolvida em mil e duzentos projectos e claro sempre com a ideia de que iria mudar o mundo.
Hoje já não é assim... para começar tomo refeições à mesa, sendo todas completas com sopa, prato principal, prato secundário e sobremesa. Ao almoço vou a casa dos meus avós e faço-lhes companhia, o que sobra fica para o jantar. O meu avô está habituado a comer massa ou arroz acompanhados de batata, mais a carne e mais a salada. Para mim são dois pratos e normalmente escolho a massa para o almoço e as batatas para a noite (deveria fazer ao contrário eu sei mas gosto mais de massa, logo como mais).
Só por aí tenho engordado bastante desde que aqui estou, pois não gasto estas calorias, ou porque o trabalho não exige muito desgaste nem esforço físico, ou porque o horário é cumprido (coisa que antes me parecia utópico... hoje é mesmo tipo função pública:9h-17h com várias pausas para café e conversa).
Nos meses de Março, Abril e Maio a minha rotina semanal, a seguir ao trabalho era:
Segunda:
Hidroginástica e Cinema
Terça
Atelier de Pintura e Artes decorativas
Quarta
Hidroginástica
Quinta
Atelier de Pintura e Artes decorativas
Sexta
Viagem para a Capital
Agora a Hidroginástica está fechada para férias, só reabre em meados de Setembro. O Atelier é com uma colega de trabalho que foi perdendo a motivação e acho que também a paciência de me ensinar e aturar. (ok confesso sou uma aluna difícil)
As viagens vão sendo mais raras pois os custos são muito elevados e o cinema só existe nas 6ªFeiras, Fim de semana e 2ªFeira.
Assim saio às 17h e tenho precisamente 16 horas em que não faço nada... E sinceramente há dias em que não me apercebo de onde perco tempo, porque ele passa a correr e nem o vejo (literalmente)!
Assim vou pensando em que fazer com tanta liberdade e surgem-me as coisas mais mirabolantes que possam imaginar, desde... Gostava de pintar o cabelo de vermelho (feito), decorar a casa de novo (feito), pintar paredes (feito), plantar batatas (feito), semear flores, acho que até levo jeito para jardineira (feito e confirmado que não)....
Ou outras como arranjar um carro antigo, comprar uma casa de pedra, fazer um interrail, arranjar mais animais, tirar outro curso... e vou pensando nos "e se eu tivesse sido", ou "e se eu tivesse ido ou feito"... o que acontece é que são tudo ideias que faziam sentido naquela situação, naquele momento, naquele contexto... agora e neste caso pareço uma adolescente a tentar reviver os momentos perdidos e os "se" deixados para trás.
Esta viagem tem sido uma oportunidade de dar com a cabeça contra a parede, de reviver expectativas e sonhos passados, de tentar perceber quem sou, onde quero chegar ... enfim de estar mais comigo mesma e de... por não ter mais nada com que me distrair e fugir... de ter que me conhecer!
Obrigada pela Visita
Relatos de uma mudança de contexto... onde a vida nos leva! Fiquem para acompanhar, tudo se baseia em factos verídicos, são mesmo verdadeiros estes momentos!
quarta-feira, 21 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Dicionário Interiorês
Tenho o hábito terrível de apanhar facilmente os sotaques e acentuações linguísticas... Hábito este que, por vezes, é vantajoso pois me permite aprender mais facilmente uma língua e ser entendida, o problema é quando retorno à base e depois pareço aquelas emigrantes que vão 2 semanas para fora e esquecem o português.
Este fim de semana estive no Porto e apanhei o "anda aqui à minha beira" ou "senta-te à minha beira" assim como o prolongamento na pronúncia das palavras e claro as asneiras terminadas em alho e por aí fora. Delicio-me a ouvir as pessoas falar com sotaque, acho mesmo natural e genuíno.
Nos primeiros tempos que vim para aqui admirava-me cada vez que ouvia alguém falar e pensava: "olha aquela é do interior" depois caía em mim e percebia que eu é que estava no interior e a estrangeira devia ser eu. Uma das vezes foi na Mc'Donalds da cidade mais perto e por ser um restaurante com um ambiente tão familiar e padronizado até me esqueci de onde estava, até que a sra. me diz:
-Dexculpe o que bai dexechar a meunina?
(Parece que arrastam os ssss)
Fiz o pedido e no fim ela respondeu:
-Bolte sssempre e Orólhe a conta na se esquecha
A amabilidade é também ela outra, verdade seja dita.
Outra coisa estranha que me acontecia era também em restaurantes e eventos sociais em que estamos distraídos numa actividade outrora habitual na capital e olhamos para as janelas e de repente observamos: montanhas, pinheiros, vacas, ovelhas e tudo verde com as pedras ao fundo... Nos primeiros impactos pensa-se "olha que giro, até parece o campo" depois lembramo-nos que o é de facto.
Agora, passado quase 7 meses, aqui vos deixo um mini dicionário da lingua interioresa:
No Interior diz-se: Tradução
-Vasal -Armário
- Fonte -Travessa
-Apeguilho -Acompanhamento do pão (exºqueijo)
Vou tentar ir actualizando-o à medida que for conhecendo mais algumas.
E terminando com uma frase muito característica e comum neste meio "bem tenho q'ir adiante." (Significa ir embora, antes ficava à espera que me indicassem onde iam, tipo que fosse ali perto e pensava ser um convite para os acompanhar... depois percebi que era uma forma de me despachar).
Este fim de semana estive no Porto e apanhei o "anda aqui à minha beira" ou "senta-te à minha beira" assim como o prolongamento na pronúncia das palavras e claro as asneiras terminadas em alho e por aí fora. Delicio-me a ouvir as pessoas falar com sotaque, acho mesmo natural e genuíno.
Nos primeiros tempos que vim para aqui admirava-me cada vez que ouvia alguém falar e pensava: "olha aquela é do interior" depois caía em mim e percebia que eu é que estava no interior e a estrangeira devia ser eu. Uma das vezes foi na Mc'Donalds da cidade mais perto e por ser um restaurante com um ambiente tão familiar e padronizado até me esqueci de onde estava, até que a sra. me diz:
-Dexculpe o que bai dexechar a meunina?
(Parece que arrastam os ssss)
Fiz o pedido e no fim ela respondeu:
-Bolte sssempre e Orólhe a conta na se esquecha
A amabilidade é também ela outra, verdade seja dita.
Outra coisa estranha que me acontecia era também em restaurantes e eventos sociais em que estamos distraídos numa actividade outrora habitual na capital e olhamos para as janelas e de repente observamos: montanhas, pinheiros, vacas, ovelhas e tudo verde com as pedras ao fundo... Nos primeiros impactos pensa-se "olha que giro, até parece o campo" depois lembramo-nos que o é de facto.
Agora, passado quase 7 meses, aqui vos deixo um mini dicionário da lingua interioresa:
No Interior diz-se: Tradução
- Nagalho -Atacador
- Gadanha -Concha de sopa
-Dincouro -Despido
-Sertã -Frigideira-Dincouro -Despido
-Vasal -Armário
- Fonte -Travessa
-Apeguilho -Acompanhamento do pão (exºqueijo)
E terminando com uma frase muito característica e comum neste meio "bem tenho q'ir adiante." (Significa ir embora, antes ficava à espera que me indicassem onde iam, tipo que fosse ali perto e pensava ser um convite para os acompanhar... depois percebi que era uma forma de me despachar).
domingo, 11 de julho de 2010
Café ao Domingo
A minha avó é uma castiça, hoje convidou-me para irmos tomar um café ás bombas de gasolina (local chique, do mais fino que existe se comparado com a oferta, leia-se tabernas) até porque foi Domingo e nesse dia toda a gente vai à missa, traja a melhor roupa e depois de almoço vai ás bombas tomar café. Perguntou-me quanto seria pelos cafés e eu disse-lhe que devia ser um euro, reclamou que acha caro, mas como é Domingo e ela queria muito ir decidiu manter a oferta.
Seguimos para lá, vêem-se as pessoas do costume (até porque ninguém se desloca ali a menos que necessite de combustível) e cumprimenta-se toda a gente, pois é sinal de boa educação. Entramos e pedimos dois cafés, um para cada uma e a sra. traz os cafés como é habitual a meio da chicara pois é uma bica, a minha avó olha para o café e diz logo rapidamente:
-200 escudos e nem vem numa caneca cheia! Mal empregado dinheiro.
Ora toma!
Seguimos para lá, vêem-se as pessoas do costume (até porque ninguém se desloca ali a menos que necessite de combustível) e cumprimenta-se toda a gente, pois é sinal de boa educação. Entramos e pedimos dois cafés, um para cada uma e a sra. traz os cafés como é habitual a meio da chicara pois é uma bica, a minha avó olha para o café e diz logo rapidamente:
-200 escudos e nem vem numa caneca cheia! Mal empregado dinheiro.
Ora toma!
sábado, 10 de julho de 2010
Mentalidades II
No outro dia, estava a regressar do trabalho e decidi passar pelo meio do povo, sempre se vê mais gente... encontrei uma sra. que é mãe de uma rapariga da minha idade e que tem 3 filhos e está emigrada. E conversa puxa conversa lá foi perguntando da minha família e que sabia que a minha irmã mais nova já tinha uma menina, que já está crescidinha e a família vai aumentando e... até que me disse:
-E já soube da novidade...
- Pois é a minha prima também vai ter um bébé (disse-lhe eu)
- Não, eu queria era dar-te os Parabéns, já me contaram que ESTÁS GRÁVIDA!!!
Já lhe contaram... mas que raio andam a falar as pessoas aqui da aldeia?! Ok, eu sei que engordei. Mas poupem-me, se querem saber alguma coisa sejam mais directos... pensei logo em responder-lhe algo como "pois e você está MAIS VELHA" ou algo assim. Respirei fundo e disse que não, apenas estava um bocadinho mais gorda, mas que ainda não pensava ter filhos para já. E eis que ela me diz:
-Olha que já não tens muito tempo!
Mas a mulher tá parva ou quê?!!! (Pensei eu.)
Meti-me no carro e fui danada até casa a pensar que sou a encalhada da aldeia (não que haja muita gente com quem concorrer no concurso dos encalhados do ano) mas para esta gente eu tenho algum problema...
Tenho namorado, tenho planos futuros, tenho emprego, tenho uma profissão... e tenho uma sobrinha, um cão, uma tartaruga, um peixe.. enfim já tenho descendência (ok é indirecta ... mas é).
O governo devia era financiar o Meo ou a CaboVisão a esta gente...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Ofereceram-me Azeite
Estou a acompanhar uma situação familiar a nível do domicílio, em termos profissionais consiste em fazer uma visita semanal e saber como estão as pessoas e como tem sido a evolução, por aí fora.
Aqui neste ambiente mais familiar e modesto as pessoas sentem-se em dívida para quem trabalha ou mostra alguma preocupação (coisa que não é nada mais do que o meu trabalho) e tentam agradecer oferecendo algo em troca.
Neste caso a sra. esteve a mostrar-me a casa e quis que comesse chocolates, que tomasse um chá, que comesse um pão com queijo... enfim e continuava a insistir mas eu, por motivos éticos não poderia aceitar. Para que mudasse de assunto resolvi dizer-lhe para irmos dar um passeio e conversarmos enquanto andávamos, pois estava o tempo agradável.
Descemos as escadas e foi mostrar-me os animais que tinha (coelhos, galinhas, cães, um burro e um porco) entretanto começou a oferecer-me os animais e eu insistia que não queria, fomos ver os coelhos que tinham parido recentemente e perguntou-me se queria um coelho?! Confesso que eram tão fofinhos que fiquei tentada a dizer que sim, já me imaginava a criar um coelhinho e fazer festinhas, são mesmo fofinhos e cabem na palma da mão de tão pequenos... mas resisti e afirmei que não era necessário, que agradecia muito mas que não tinha espaço para ele.
Ela logo prontamente disse:
- mas só lho ia dar depois de crescido, já morto para fazer um belo arroz de coelho.
Que horror!!! que brutalidade (pensei eu)
De seguida ela disse:
-Só se quiser que lhe mate já um, leva um destes maiores.
-Não, não deixe estar, a sério. Obrigada (respondi eu)
-Olhe das duas uma ou leva o coelho que vou matar ou leva um litro de azeite
-ok o litro de azeite!
E foi assim que destruindo toda a minha ética e moral saí de casa dela com um litro de azeite... mas a vida daquele coelho pareceu-me mais importante...
se bem que sei que não será longa, mas....
Aqui neste ambiente mais familiar e modesto as pessoas sentem-se em dívida para quem trabalha ou mostra alguma preocupação (coisa que não é nada mais do que o meu trabalho) e tentam agradecer oferecendo algo em troca.
Neste caso a sra. esteve a mostrar-me a casa e quis que comesse chocolates, que tomasse um chá, que comesse um pão com queijo... enfim e continuava a insistir mas eu, por motivos éticos não poderia aceitar. Para que mudasse de assunto resolvi dizer-lhe para irmos dar um passeio e conversarmos enquanto andávamos, pois estava o tempo agradável.
Descemos as escadas e foi mostrar-me os animais que tinha (coelhos, galinhas, cães, um burro e um porco) entretanto começou a oferecer-me os animais e eu insistia que não queria, fomos ver os coelhos que tinham parido recentemente e perguntou-me se queria um coelho?! Confesso que eram tão fofinhos que fiquei tentada a dizer que sim, já me imaginava a criar um coelhinho e fazer festinhas, são mesmo fofinhos e cabem na palma da mão de tão pequenos... mas resisti e afirmei que não era necessário, que agradecia muito mas que não tinha espaço para ele.
Ela logo prontamente disse:
- mas só lho ia dar depois de crescido, já morto para fazer um belo arroz de coelho.
Que horror!!! que brutalidade (pensei eu)
De seguida ela disse:
-Só se quiser que lhe mate já um, leva um destes maiores.
-Não, não deixe estar, a sério. Obrigada (respondi eu)
-Olhe das duas uma ou leva o coelho que vou matar ou leva um litro de azeite
-ok o litro de azeite!
E foi assim que destruindo toda a minha ética e moral saí de casa dela com um litro de azeite... mas a vida daquele coelho pareceu-me mais importante...
se bem que sei que não será longa, mas....
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Aliens
Estamos a preparar a Festa de São João, uma festa popular que vai ser vivida com muita animação e como, para variar, deixamos tudo para o fim, assim estive com uma colega até à 00h30 a terminar os preparativos.
Sai de casa dela e fui para minha casa, ao chegar ao portão olho para o céu e vejo uma estrela cadente muito forte mas juro que era em tons esverdeados e tão clara que me pareceu ter caído na minha vinha.
Estava sozinha e comecei a pensar em extraterrestres, em quedas de meteoritos, em satélites... eu sei lá acho que até no big bang eu pensei. A verdade é que fiquei cheia de medo e a tremer toda.
O telefone toca, era o namorado e senti-me aliviada de falar com alguém, ele como é óbvio gozou comigo mas fez-me companhia até me acalmar. Lá me fez entender que se tivesse caído alguma coisa do céu teria provocado uma cratera enorme e estremecido o chão, logo não podiam ter caído na minha vinha...
Entretanto vou a net e lá encontro informação sobre uma chuva de estrelas característica nesta altura do ano e prevista para essa noite, nomeadamente lia-se na Revista "Ciência Hoje"
"Pequenos meteoros brilhantes vão ser visíveis na próxima terça-feira, se o tempo o permitir, numa chuva de estrelas visível sobretudo na Ásia e que é provocada pela entrada na atmosfera terrestre de restos de cometas. Trata-se daquilo a que vulgarmente chamamos estrelas cadentes e que são restos deixados pelos cometas na sua órbita em volta do Sol em locais que a Terra atravessa periodicamente, segundo disse à Lusa o astrónomo e biólogo Pedro Ré.
Embora se possam fazer observações em Portugal, os melhores locais serão a Ásia central e oriental, se o céu não estiver nublado.
Chama-se Leónidas a este fenómeno anual, em que a Terra segue numa determinada direcção no seu movimento de translação e os meteoros vêm da direcção da constelação de Leão (Leo), sendo alguns deles bastante brilhantes."
Correcção Sr. Pedro Ré o melhor sitio para as ver é do meu portão....
E para que todos saibam a Ásia parece ser já na minha vinha... será que este ano em vez de vinho dá Saquê?!
quarta-feira, 3 de março de 2010
Ovelhas
Hoje tenha mais uma aventura para contar...
Chego eu do trabalho, onde exerço uma posição social com alguma exigência a nível da apresentação (não que a respeite, mas aqui um dos critérios de inteligência é a roupa que usas e não o que sabes... mas divagações à parte) e venho com os meus saltos altos e calcinha vincada com casaquinho a combinar e os meus avôs não estão em casa... o que é estranho pois já estava a escurecer.
Decidi telefonar-lhes para o telemóvel (sim já têm e sabem atender e chamar alguns números) e o meu avô diz-me que foi ajudar um vizinho a ensacar as batatas (o que significa que o sr. conseguiu que alguém lhe comprasse batatas e é preciso selecciona-las e coloca-las em sacos de 20 kg). E pediu-me se lhe podia arrecadar as ovelhas (o que significa que elas estão num terreno a pastar e é preciso levá-las para a côrte- local onde ficam a dormir, também designado de cabanal).
E lá vou eu toda airosa e pensando que os meus avôs paternos eram pastores, logo poderia ter herdado algum talento, para além disso o meu signo é carneiro e tudo indicava que seria tarefa fácil, inclusivamente já tinha visto o meu avô a ir buscá-las e bastava fazer um som como um "cleck cleck" que se consegue deixando passar algum ar para dentro entre a língua e os maxilares, como se fosse um estalo (algo simples na realidade, não é nenhuma ciência, nem talento para meus males).
E são 5 ovelhas, não é propriamente um rebanho... Abro a cancela e faço o tal som para que me sigam.... nada disto aconteceu desatam cada uma a correr para seu lado, já fora da cancela e perto da estrada nacional... eu tento pará-las, chamo-as (apenas sei o nome de uma que é a rosita, as outras são filhas, netas e um enteado). Nenhuma me liga e correm ainda mais e nesse momento começa a chover mas mesmo a trovejar e chuva forte... começo a desesperar corro feita doida atrás delas e os pés enterram-se na lama, os meus saltos altos ficam nojentos, as minhas calças e estou a ficar toda molhada...
Agarro num pau que lá está e continuo a correr, tento encurrala-las e voltar a po-las dentro da cerca mas não consigo... pareço uma doida... e acho que já perdi algumas, deixa ver 1..2...3.4.. e a outra? Será que está na estrada?
Encontrei-a e percebi que as outras a seguiam, era o carneiro (o tal enteado da rosita), pelo menos acho que é pois não parece ter tetas e tem uns cornos maiores... neste momento tudo vale, observo-o e tento que se aproxime de mim, largo o pau para que não se assuste e finjo dar-lhe comida. Quando se aproxima agarro-o pelos cornos (sim sujeita a levar uma marrada, mas nesta hora já estava a desesperar) e fui-o encaminhando para a côrte, as outras seguem-nos. Ele bem se debate mas eu estou quase em cima dele e agarro-os com os dois braços, com toda a minha força, puxo-o para baixo, pareço uma toureira e só que em vez de touro mecânico seguro-me ao carneiro furioso e molhado.
Consegui leva-las todas para o sitio indicado e quando finalmente fechei a porta percebi que tinha corrido um risco enorme, que podia ter corrido mal e que os talentos não são herdados são trabalhados e até pode ser que tenha o bichinho da vida pastoril mas... tão cedo não me volto a arriscar!!
Foi uma aventura e sobrevivemos, pelo menos eu... elas por mais uns dias depois foram cozinhadas! Mais valia terem fugido naquela tarde chuvosa...
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