Ontem vi um filme em que a dada altura um mestre de budismo diz à sua aprendiz: "tens que sorrir enquanto meditas, mas é um sorrir com os lábios, o coração e o fígado".
Acredito cada vez mais que os verdadeiros sentimentos sentem-se com as vísceras e não com o cérebro... e muito menos com o coração. Quero um amor assim, que me faça sentir um aperto na barriga, um desconforto e ansiedade por cada mensagem sem resposta e me leve da tristeza à felicidade com um simples sorriso ou olhar... quero um amor que me faça tremer por dentro e no sítio certo quando chegar o momento... um amor carnal, visceral e ao mesmo tempo meigo, carinhoso e que no fundo me faça sorrir... com os lábios, o coração e o fígado!
Obrigada pela Visita
Relatos de uma mudança de contexto... onde a vida nos leva! Fiquem para acompanhar, tudo se baseia em factos verídicos, são mesmo verdadeiros estes momentos!
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Só...
Tu que gastas as horas ansiando por ver quem caminha, quem conversa quem movimenta os teus silêncios… conta-me com que olhos me vês, que simbolismo me atribuis e que historia me crias… tu a quem não é preciso perguntar nada, porque os ruídos, os sons e as conversas tudo te dizem e aumentam… diz-me qual é a tua explicação, se chego tarde ou cedo, se alguém me espera ou vou só… conta-me quem passou por aqui hoje, quem te cumprimentou, quem te sorriu… e nunca saberás quantos em ti pensaram, e quantos lamentaram que te sentisses só, tão só que nem contigo consegues estar, uma solidão tão grande e tão amarga que ficas à espera, nesse teu miradouro à espera… de um sorriso, de uma conversa, de uma visita… mas elas tardam pois as pessoas partem e cada vez fica mais pobre, mais silenciosa, mais sossegada aquela velha aldeia e ficas assim… apenas e só… uma parte da natureza…
domingo, 12 de setembro de 2010
Ponto de situação
Hoje falo de mim, dos meus projectos, do meu querer... Passaram 9 meses desde que aqui cheguei, 9 meses de convivência, de presença, de realidade... o tempo passa, mas vai mudando, vai-nos influenciando e manipulando. Em 9 meses alteramos o nosso ponto de vista, o nosso querer o nosso pensar. Será fruto da capacidade humana em se adaptar? Será o instinto de sobrevivência? 9 meses pode ser uma vida, a concepção e desenvolvimento de uma nova vida... mas e a minha... terá sido assim tão intrinsecamente alterada?
O interior muda o nosso olhar, altera os nossos desejos e apesar de no inicio me custar admitir, o interior conquista-nos. São as pequenas coisas, é a simplicidade, é a natureza envolvente e... quando dás por ti começas a ter saudades daquele teu cantinho, daquelas conversas de fim de tarde, daquela calmaria... aos poucos ganhas o sotaque, ganhas os cheiros, os sabores, e tornas-te um deles... Como é maravilhosa a capacidade de adaptação, de sobrevivência e de camuflagem humana!
Gosto de estar na conversa, de partilhar refeições com os meus avós, de ouvir os lamentos e preocupações deles, de puder ir à horta e colher os legumes, os frutos, saber que não tenho que me deslocar pois tudo o que preciso está mesmo ali... gosto de estar em casa, numa casa que sinto como minha, com as minhas coisas da infância, do presente e onde projecto algum futuro, gosto desta sensação de herança de receber o que é meu por direito, pois carrega toda a carga sentimental de ter sido conquistada pelos meus familiares, gosto destes momentos em família, gosto de organizar jantares e receber amigos, primos e família... Gosto de ter um jardim à porta, de o regar e do cheiro da terra molhada... gosto de à noite ter um céu estrelado sobre mim, com milhares de estrelas que brilham... Gosto de ter uma cadela, uma tartaruga, um peixe e um gato como companheiros, às vezes até as osgas, as lagartixas, os sapos e as formigas... gosto do facto de não estar num apartamento e conhecer os meus vizinhos.
São estes pequenos nadas que me dizem que depois de 9 meses eu gosto do sítio onde estou, e que acabando o contrato e tendo que sair, sei que vou levar saudades ... mas todos os momentos do quotidiano também irão comigo.
Hoje sinto-me uma sortuda por ter o prazer de conviver com os meus avós no dia-a-dia, de os conhecer melhor que qualquer neto, de os ajudar, os preocupar, lhes dar trabalho por vezes mas também por saber que o facto de aqui estar os deixa cheios de orgulho e apesar das preocupações, o amor que nos une é maior que tudo o resto.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Herança
Para quem não sabe está perante uma herdeira... não ao trono nem algo parecido (se bem que mantenho a minha ideia de me auto-proclamar rainha de Portugal), mas herdeira de uma mata perdida na serra, onde só montada num burro se consegue alcançar ;)
E como dita detentora desse espaço resolvi ir conhecê-lo, pensei em vender os pinheiros, plantar castanheiros e viver da castanha (algo que tem saída nesta zona, ao menos isso...) e já pensando como empresária sigo o meu tio e avô que com muita pena me mostravam o espaço intrinsecamente pensando que não valia nada. Bem mas assim dando só um panorama geral, o que para muitos pode ser um desperdício de espaço, com muitas ervas, lixo e pouco valor, a minha visão foi diferente!!
O espaço é verde, fresco, as árvores que desprotegidas pelo vento foram encaracolando e apodrecendo dão uma sensação de retorno a épocas passadas, senti-me uma exploradora na pré-história, existem muros de pedra que pelo passar do tempo ganharam musgo e formas torneadas, como que esculpidas. Toquei nelas e quis regressar ao tempo em que alguém as ali colocou, pensar em que pensavam e em como acreditavam que ali alguém seria feliz, assim como os sacrifícios e esforços que terão feito para adquirir aquele espaço e denominá-lo seu...
Imaginei as fotografias possíveis, os cenários fantasmagóricos e românticos que se poderiam ali viver e até pensei que com toda a certeza devem existir ossadas de dinossauro, ou até uns desenhos rupestres. É a minha mata, é o meu tesouro e não aceito que digam mal dela.
Um dia hei-de conseguir mostrar-vos toda a beleza que vi...
... isto se encontrar o caminho ;)
E como dita detentora desse espaço resolvi ir conhecê-lo, pensei em vender os pinheiros, plantar castanheiros e viver da castanha (algo que tem saída nesta zona, ao menos isso...) e já pensando como empresária sigo o meu tio e avô que com muita pena me mostravam o espaço intrinsecamente pensando que não valia nada. Bem mas assim dando só um panorama geral, o que para muitos pode ser um desperdício de espaço, com muitas ervas, lixo e pouco valor, a minha visão foi diferente!!
O espaço é verde, fresco, as árvores que desprotegidas pelo vento foram encaracolando e apodrecendo dão uma sensação de retorno a épocas passadas, senti-me uma exploradora na pré-história, existem muros de pedra que pelo passar do tempo ganharam musgo e formas torneadas, como que esculpidas. Toquei nelas e quis regressar ao tempo em que alguém as ali colocou, pensar em que pensavam e em como acreditavam que ali alguém seria feliz, assim como os sacrifícios e esforços que terão feito para adquirir aquele espaço e denominá-lo seu...
Imaginei as fotografias possíveis, os cenários fantasmagóricos e românticos que se poderiam ali viver e até pensei que com toda a certeza devem existir ossadas de dinossauro, ou até uns desenhos rupestres. É a minha mata, é o meu tesouro e não aceito que digam mal dela.
Um dia hei-de conseguir mostrar-vos toda a beleza que vi...
... isto se encontrar o caminho ;)
sábado, 14 de agosto de 2010
O dilema da avó...
Hoje é mais uma história sobre a minha avó.
Regresso do trabalho e chegando a casa e ela diz-me:
Regresso do trabalho e chegando a casa e ela diz-me:
-Filha tens que ver aqui este produto que o teu avô comprou, lavei o cabelo de manhã e parece que ficou uma pasta na cabeça.
-Traga Cá então (disse-lhe eu) Deve ser uma condicionador para o cabelo, ou um creme amaciador.
-Ele cheira bem e tem lá desenhado uma mulher deve ser para o banho, sabes que a avó não sabe ler e "quem não vê é como quem não sabe".
-Mas passou-o bem por água? (perguntei-lhe eu)
-Sim mas parece que fica o cabelo duro e pesado, não lava nada bem... faz muita espuma... olha vê
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Metac In Viso
Este fim de semana fui a um Festival em Foz Côa chamado METAC IN VISO, tinha visto o anúncio no Jornal "Terras da Beira" e decidi ir conhecer, nada tinha a perder e pelo que dizia parecia ser interessante.
Tentei cativar as colegas de trabalho, os amigos, os primos ... mas nada, apenas o meu namorado decidiu vir depois de muito lhe ter pedido. Ninguém conhecia, ninguém tinha ouvido falar e pelos vistos também ninguém tinha lido o jornal. Mas contra a maré de más expectativas e fracas motivações decidimos ir apesar de uma perda de comboio e umas horas infernais num regional...
Seguimos na busca do festival, não levo mapa, não levo o endereço, nem fui confirmar o sítio no google maps, certos de que ao chegarmos perto toda a gente deveria saber onde era e deviamos começar a ver jovens a deslocarem-se para lá....
Mas tal não aconteceu, não havia placas de anúncio, não havia cartazes na rua e não se via ninguém (pois já começara a escurecer quando chegámos) fomos perguntando a alguns jovens e ninguém conhecia... até que num café já em Foz Côa encontramos um cartaz e aí nos souberam informar. Pelos vistos não era ali assim tão perto, fica no cimo de um monte, bem lá no alto, onde existe uma capela (Nossa Sra do Viso) e nada mais.
Bem e lá seguimos pela montanha acima, sempre a subir com curvas e contra curvas e estraditas minusculas... ao chegarmos deparamo-nos com uma tenda de casamentos (daquelas brancas de plástico) e para aí 7 carros estacionados, com cerca de 15 pessoas, vamos perguntar pelo parque de campismo e dizem-nos que é ali no mato.
- até tirámos as ervas e limpámos o mato, tem lá um holofote podem acampar onde quiserem (respondem eles)
Estão apenas 2 tendas ali ...mas resolvemos esperar, pensámos vamos primeiro ver o ambiente e ver se aparece mais gente, depois mais tarde, como tem o holofote montamos a tenda.
Bem e este foi o inicio meio conturbado e aparentemente desanimador do que viria a ser o MELHOR FESTIVAL DE TODOS OS TEMPOS!!!!
O pessoal era pouco (mesmo no dia seguinte estariam 50 pessoas se tanto), no campismo ficaram poucos, as condições eram as mínimas, o local era afastado e longínquo (daí também ser tão pouco procurado)... mas o pessoal era 5 estrelas, toda a gente convivia e era simpática, distribuiram cerveja por toda a gente, ofereciam-te mesmo sem te conhecerem, tiveram o cuidado de limpar a mata para o campismo e de arranjarem um chuveiro ligado a uma cisterna, fantástico... e aquela vista!!! Nem imaginam a sensação maravilhosa de acordar de manhã e ter uma vista de tirar o fôlego pela imensidão que os teus olhos alcançam... as vinhas tipícas da região do Douro, o Rio ao fundo, as montanhas riscadas pelas cores da terra, pelas formas das vinhas, as estradas que o homem contruiu... que maravilha! E o melhor tudo gratuito!!!
Assistes a 3 concertos por noite mais os dj's que actuam madrugada fora, tens dormida com casa de banho e chuveiros, dão-te cerveja pela noite fora, se quiseres almoçar ou jantar tens umas bifanas, cachorros que são um verdadeiro piteú, durante o dia organizam actividades desportivas e animadas para o convívio e se quiseres passear ali perto existem umas praias fluviais magnificas (cujo único inconveniente são alguns mosquitos chatos e verdes).
Voltei de lá muito contente e mesmo tendo ido a outros festivais de Verão, este ficará para sempre na memória e farei todos os possiveis para o ano lá voltar!
Estas são sem dúvida as melhores coisas do interior: o acolhimento, o sentimento de segurança, a paisagem, a comida, os pequenos recantos para explorar, o dar sem exigir nada em troca e principalmente a simplicidade sem paneleirices e a autenticidade... é um "refresh" na nossa vida.
Este festival, pelo que nos foi dito, começou por ser um encontro de amigos, de familiares, de pessoas que todos os anos se juntavam para conviver e se divertirem, depois começaram a convidar bandas para actuar e hoje é um Festival. Foi assim que nos sentimos... recebidos como um desses amigos que veio ouvir música, divertir-se e conviver. Obrigada pela recepção
METAC IN VISO, aconselho vivamente!!!
Tentei cativar as colegas de trabalho, os amigos, os primos ... mas nada, apenas o meu namorado decidiu vir depois de muito lhe ter pedido. Ninguém conhecia, ninguém tinha ouvido falar e pelos vistos também ninguém tinha lido o jornal. Mas contra a maré de más expectativas e fracas motivações decidimos ir apesar de uma perda de comboio e umas horas infernais num regional...
Seguimos na busca do festival, não levo mapa, não levo o endereço, nem fui confirmar o sítio no google maps, certos de que ao chegarmos perto toda a gente deveria saber onde era e deviamos começar a ver jovens a deslocarem-se para lá....
Mas tal não aconteceu, não havia placas de anúncio, não havia cartazes na rua e não se via ninguém (pois já começara a escurecer quando chegámos) fomos perguntando a alguns jovens e ninguém conhecia... até que num café já em Foz Côa encontramos um cartaz e aí nos souberam informar. Pelos vistos não era ali assim tão perto, fica no cimo de um monte, bem lá no alto, onde existe uma capela (Nossa Sra do Viso) e nada mais.
Bem e lá seguimos pela montanha acima, sempre a subir com curvas e contra curvas e estraditas minusculas... ao chegarmos deparamo-nos com uma tenda de casamentos (daquelas brancas de plástico) e para aí 7 carros estacionados, com cerca de 15 pessoas, vamos perguntar pelo parque de campismo e dizem-nos que é ali no mato.
- até tirámos as ervas e limpámos o mato, tem lá um holofote podem acampar onde quiserem (respondem eles)
Estão apenas 2 tendas ali ...mas resolvemos esperar, pensámos vamos primeiro ver o ambiente e ver se aparece mais gente, depois mais tarde, como tem o holofote montamos a tenda.
Bem e este foi o inicio meio conturbado e aparentemente desanimador do que viria a ser o MELHOR FESTIVAL DE TODOS OS TEMPOS!!!!
O pessoal era pouco (mesmo no dia seguinte estariam 50 pessoas se tanto), no campismo ficaram poucos, as condições eram as mínimas, o local era afastado e longínquo (daí também ser tão pouco procurado)... mas o pessoal era 5 estrelas, toda a gente convivia e era simpática, distribuiram cerveja por toda a gente, ofereciam-te mesmo sem te conhecerem, tiveram o cuidado de limpar a mata para o campismo e de arranjarem um chuveiro ligado a uma cisterna, fantástico... e aquela vista!!! Nem imaginam a sensação maravilhosa de acordar de manhã e ter uma vista de tirar o fôlego pela imensidão que os teus olhos alcançam... as vinhas tipícas da região do Douro, o Rio ao fundo, as montanhas riscadas pelas cores da terra, pelas formas das vinhas, as estradas que o homem contruiu... que maravilha! E o melhor tudo gratuito!!!
Assistes a 3 concertos por noite mais os dj's que actuam madrugada fora, tens dormida com casa de banho e chuveiros, dão-te cerveja pela noite fora, se quiseres almoçar ou jantar tens umas bifanas, cachorros que são um verdadeiro piteú, durante o dia organizam actividades desportivas e animadas para o convívio e se quiseres passear ali perto existem umas praias fluviais magnificas (cujo único inconveniente são alguns mosquitos chatos e verdes).
Voltei de lá muito contente e mesmo tendo ido a outros festivais de Verão, este ficará para sempre na memória e farei todos os possiveis para o ano lá voltar!
Estas são sem dúvida as melhores coisas do interior: o acolhimento, o sentimento de segurança, a paisagem, a comida, os pequenos recantos para explorar, o dar sem exigir nada em troca e principalmente a simplicidade sem paneleirices e a autenticidade... é um "refresh" na nossa vida.
Este festival, pelo que nos foi dito, começou por ser um encontro de amigos, de familiares, de pessoas que todos os anos se juntavam para conviver e se divertirem, depois começaram a convidar bandas para actuar e hoje é um Festival. Foi assim que nos sentimos... recebidos como um desses amigos que veio ouvir música, divertir-se e conviver. Obrigada pela recepção
METAC IN VISO, aconselho vivamente!!!
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Casting
Hoje e seguindo a linha de pensamento anterior... decidi enverredar pelo mundo artístico da música, porque não?! Pensei eu, recordando que em pequena tinha aprendido piano e até tive aulas de viola... talvez ande por aí o mundo por desvendar que me traga o sucesso e o ânimo de vida... (Ou talvez não)...
Observando o contexto em que me encontro, fui convidada para um grupo de Bombos que começa a dar os primeiros passos no seu desenvolvimento e a ter alguma visibilidade. O maestro em questão perguntou-me se estaria interessada em tocar gaita de foles ou, dentro do sector do bombo também poderia optar por "caixa" (um tipo de bombo mais pequeno). Confesso que a ideia me agradou, não só por implicar alguma convivência com pessoas como, quem sabe até poderia vir a gostar e ter que fazer deslocações no País e conhecer novos sítios.
Assim marcámos de ir a um casting para perceber com qual dos instumentos me identificava. Comecei pelo bombo... muito pesado, necessário muita força, o cheiro de pele de cabra incomoda e fiquei com dor nas costas... para além de que não é um objecto muito sexy e não combinava com nada que pudesse vestir ;) Ok esta opção foi cortada.
Passamos para a caixa, toquei, toquei, toquei... era mais agradável mas é necessário utilizar um ritmo muito acelerado e não conseguia acompanhar os outros elementos, sem ritmo é dificil... não vale a pena e fica também cortada esta opção.
Resta-nos a gaita de foles... comecei logo a imaginar as boquinhas das pessoas "ah agora tocas gaita... sopra na gaita" e por aí fora, mas tentando abstrair-me disso dou o meu maior esforço e sopro, sopro, sopro... começo a ficar vermelha, encarnada forte, roxa e sai um som tipo pppppuuuiiiiifff.... que vergonha, que horror!!! Juro que aquilo é bem mais dificil do que aparenta e quase sem respirar lá tento navamente...
o maestro observa-me com olhar estupefacto de tanta desilusão... e lá teve que me dizer:
-Bem parece que o teu mundo não é o da música... deixa lá, é pena.
Pronto e até nem ficaria muito mal se não fosse logo de seguida ter vindo uma criança de 3 anos soprar na gaita e dar um som bem maior que o meu!
É por estas e por outras que nunca segui este mundo artístico da música e a partir de hoje, música para mim só na televisão, no rádio e tocada por outras pessoas.... que tenham nascido com jeito e pulmões para ela!
Observando o contexto em que me encontro, fui convidada para um grupo de Bombos que começa a dar os primeiros passos no seu desenvolvimento e a ter alguma visibilidade. O maestro em questão perguntou-me se estaria interessada em tocar gaita de foles ou, dentro do sector do bombo também poderia optar por "caixa" (um tipo de bombo mais pequeno). Confesso que a ideia me agradou, não só por implicar alguma convivência com pessoas como, quem sabe até poderia vir a gostar e ter que fazer deslocações no País e conhecer novos sítios.
Assim marcámos de ir a um casting para perceber com qual dos instumentos me identificava. Comecei pelo bombo... muito pesado, necessário muita força, o cheiro de pele de cabra incomoda e fiquei com dor nas costas... para além de que não é um objecto muito sexy e não combinava com nada que pudesse vestir ;) Ok esta opção foi cortada.
Passamos para a caixa, toquei, toquei, toquei... era mais agradável mas é necessário utilizar um ritmo muito acelerado e não conseguia acompanhar os outros elementos, sem ritmo é dificil... não vale a pena e fica também cortada esta opção.
Resta-nos a gaita de foles... comecei logo a imaginar as boquinhas das pessoas "ah agora tocas gaita... sopra na gaita" e por aí fora, mas tentando abstrair-me disso dou o meu maior esforço e sopro, sopro, sopro... começo a ficar vermelha, encarnada forte, roxa e sai um som tipo pppppuuuiiiiifff.... que vergonha, que horror!!! Juro que aquilo é bem mais dificil do que aparenta e quase sem respirar lá tento navamente...
o maestro observa-me com olhar estupefacto de tanta desilusão... e lá teve que me dizer:
-Bem parece que o teu mundo não é o da música... deixa lá, é pena.
Pronto e até nem ficaria muito mal se não fosse logo de seguida ter vindo uma criança de 3 anos soprar na gaita e dar um som bem maior que o meu!
É por estas e por outras que nunca segui este mundo artístico da música e a partir de hoje, música para mim só na televisão, no rádio e tocada por outras pessoas.... que tenham nascido com jeito e pulmões para ela!
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